Terminou mais uma campanha de extração de cortiça virgem na Herdade da Contenda. Neste ano de 2024, fruto de uma primavera chuvosa, reuniram-se as condições adequadas para a delicada tarefa de extração da cortiça “branca” ou “virgem”. A grande experiência da equipa de tiradores (na sua maioria de Santo Aleixo da Restauração) permitiu a retirada da cortiça sem danificar as árvores.
O destino da cortiça virgem é para trituração, para a produção de compósitos de cortiça, utilizados em diversas áreas como a aeronáutica e construção.
Após o descortiçamento, os sobreiros são marcados com tinta branca que indica o ano de extração. Como a cortiça cresce de dentro para fora do tronco do sobreiro, o número não desaparece, permitindo assim controlar os anos que faltam até ao próximo descortiçamento.
Dentro de 9 a 10 anos será retirada a cortiça Secundeira, de maior valor, mas ainda sem atingir a excelência da Amadia (a partir da 3ª tiragem), que tem como destino preferencial a produção de rolhas.
Retirar cortiça é uma tarefa artesanal, tradicional e milenar que requer muita destreza dos tiradores ou “machados”, de forma a garantir o corte da cortiça mas não da árvore. Faz-se sob condições duras de temperatura e esforço físico e com um constante “ataque” de formigas.
A mais-valia económica que providencia esta matéria-prima renovável contribui também para a socio-economia da região e, consequentemente, para a manutenção do montado de sobro.