Na Contenda, os povoamentos de sobreiro representam mais de 10% da superfície florestal, com uma extensão superior a 400 hectares. Atendendo às condições edafoclimáticas e alterações de clima, a continuidade destes povoamentos é, hoje, um grande desafio à gestão. Uma das questões que se colocam à gestão é referente ao aproveitamento da cortiça. Em que condições e características deve ser feita a exploração deste recurso?
Encontra-se neste momento a decorrer na Herdade da Contenda o terceiro ciclo do ensaio para o estudo do efeito de diferentes de intensidades de descortiçamento. O estudo, da responsabilidade do Centro de Estudos Florestais do Instituto Superior de Agronomia e coordenado pela Investigadora e Professora Joana Amaral, foi iniciado em 2003 com a desbóia das árvores das parcelas selecionadas. Os resultados obtidos no descortiçamento seguinte (de 2012) demonstraram um efeito significativo da aplicação de coeficientes de descortiçamento crescentes no calibre final da cortiça, sendo que o mesmo efeito não foi encontrado no crescimento do lenho das árvores. As amostragens e monitorizações realizadas são ainda a base de estudos da evolução da qualidade da cortiça.
O delineamento experimental foi mantido e o novo descortiçamento está agora a ser realizado. A opção pelo descortiçamento apenas aos 11 anos de idade da cortiça prende-se com o aumento da frequência de secas extremas, o qual afeta as árvores com particular relevância em povoamentos caracterizados por solos delgados (leptossolo) como os que se verificam em parte do PF da Contenda.
A Herdade da Contenda tem por objecto principal a promoção do desenvolvimento local e regional e a gestão integrada e sustentada da Herdade da Contenda. A promoção da investigação científica é uma das atribuições que contribui para esse objecto.